domingo, 3 de março de 2013

Embelezando o bairro onde mora


Jornal da Cidade, 03 de março de 2013 - Bairros 
Elas fazem a diferença
Voluntárias sociais, amantes da natureza, dos animais e das artes, mulheres transformam vidas - cada uma à sua maneira

Ana Paula Pessoto

No domingo que dá início à Semana da Mulher, o JC nos Bairros mostra exemplos de guerreiras que fazem a sua parte. Cada uma a seu modo, elas criam, mobilizam e transformam a vida ao seu redor.

Ela tem 71 anos de idade e uma alegria de viver que contagia. Não bastasse o sorriso que encanta, há mais de 20 anos dona Marlene Baruffaldi Stevanato resolveu espalhar sorrisos pelo bairro onde vive, o Jardim Pagani, ao transformar a viela da rua Mário Manoel Sales Algodoal. O que antes era depósito de lixo e entulho virou em um belo jardim.

E foi assim que sacolinhas plásticas, caixas, garrafas pet, latas e todo tipo de entulho deu lugar às margaridas, manacás, tulipas, coqueiros, pinheiros e diversas outras plantas que formam a “viela da dona Marlene”. “É assim que o pessoal do bairro chama esse jardim”, diz com sorriso nos lábios.

O amor pelas plantas é tanto, que a aposentada chega a varrer a viela duas vezes ao dia e garante que é a guardiã do lugar. Lá, lixo não entra mais. Mais do que a aprovação dos vizinhos, a iniciativa que deu mais cor e beleza ao lugar também serviu de bom exemplo para os que decidiram também adotar as outras 17 vielas do bairro.

“Quando me mudei para este lugar, havia muito mato e lixo, e percebi que todo aquele entulho estava aumentando. Na época, meu marido tinha sofrido um derrame e fazer esse jardim foi uma terapia, porque eu conversava com os vizinhos e com as pessoas que por aqui passavam. Minha vida era cuidar do meu esposo e dessa viela”, lembra.

Assumidamente amante da natureza, dona Marlene teve muito trabalho até as plantas crescerem e tomarem forma. De acordo com ela, o início foi difícil porque as mudas não vingavam e algumas eram levadas por outras pessoas. “Imagine, para vingar uma muda, eu precisei plantar cinco ou seis. Até guarda-chuva eu colocava nas plantas para protegê-las do excesso de sol. Quando vejo toda essa beleza e lembro-me de como era antes, a alegria não cabe em mim”, conta

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